31.Mar.09
As lágrimas, afinal...
Dona das Chaves
Ela deitou-se, e chorou! Chorou tudo o que havia para chorar, embora chegasse a chorar sem lágrimas, estava seca, mas logo percebeu o ponto em que estava. Estava no chão, daí para baixo nada mais havia, portanto agora teria que subir. Percebeu que não tinha perdido nada. Ele não tinha sequer chegado a gostar dela, quanto mais a amar, ela não tinha passado de um jogo nas mãos de um garoto. Ela tinha uma certeza, que guardou apenas para si, e sorriu, sorriu após alguns dias de tanto sofrimento. Ainda haveria de ser feliz, sozinha, ao lado de alguém, não queria saber, de uma coisa tinha certeza, nada tinha perdido, a vida tem razões que a razão desconhece, e o mundo dá muitas voltas. Sabia que ainda iam haver dias maus, mas estava preparada para eles, já não seriam novidade. A dor continuava por lá, mais serena, ainda pronta para emergir a qualquer momento se alguém tivesse a ousadia de a despertar, mas ela ia dar troco, afinal o que não nos mata, torna-nos mais fortes.