03.Mar.08
No gume da espada
Dona das Chaves
Tantas vezes me pergunto porque o fizeste, outras tantas porque aceitei o teu pedido? Achei que ia lidar com isso como gente grande, e afinal os fantasmas estavam cá todos, à espera de um deslize. Fizeste despoletar o cadeado que mantinha o alçapão fechado. Uma vez aberto, saíram para me perseguir, não me deixando mais, fazer uso da razão. Perdi todo e qualquer discernimento no que a ti, diz respeito. Voltei a ter medo de mim, não de ti. Perdi-me, não sei que terreno pisar. Fujo, dos meus próprios pensamentos, não vá eu cometer uma loucura, porque há momentos... não sei quem me põe travão, provavelmente o meu Anjo. Não sou de cometer loucuras, mas tu, consegues fazer-me perder a noção do que posso, ou do que devo fazer... As mágoas da dor que senti, os medos com que fiquei, os erros que cometi, o amor que senti (sinto), são esses fantasmas que soltaste. Fizeste de mim, o que sou hoje, mulher, mas também criaste em mim, um lado oculto, que me prende a liberdade... estou presa dentro de mim mesma, possuída por todo o tipo de sentimentos, não sei se fujo, se me deixo andar...
Estou no gume da espada, se fico inerentemente irei cortar-me, se salto vou mesmo cair!
Que fazer: saltar, arriscar estampar-me, ou ficar e aguentar as feridas? Por vezes penso que é melhor saltar, arriscar o precipício?
Que fazer: saltar, arriscar estampar-me, ou ficar e aguentar as feridas? Por vezes penso que é melhor saltar, arriscar o precipício?