02.Fev.09
Oh, mar salgado, quanta da tua água...
Dona das Chaves

Ando com saudades dos meus passeios à beira mar. Desde que iniciei este trabalho, não voltei a ter tempo para ir pisar a areia molhada, molhar os pés na água salgada, fugir da rebentação das ondas. Durante o Verão nem fui à praia. Depois, veio o horário de Inverno e a situação ficou ainda mais complicada. Os dias tornaram-se pequenos, até demais. Saía do trabalho, e pouco depois de estar em casa era noite. Aos fins de semana, não gosto muito de ir para a beira mar, geralmente estão muitas pessoas e eu gosto da praia só para mim. Egoísmo puro, eu sei, mas adoro a praia praticamente deserta, poder caminhar pela beira da água, sem tropeçar em ninguém, sem que seja olhada de lado, só porque em pleno Inverno ando descalça com os pés na água. Adoro a comunhão dos meus pensamentos em liberdade com a música das ondas que me beijam os pés. Nada me acalma mais, que esta relação de amor que eu tenho com o mar, e que me está a fazer falta, não, que não tenha as ideias em ordem, não, que a vida esteja do avesso, antes pelo contrário, mas talvez o sangue que me corre nas veias, tenha uma mistura de água do mar.